quarta-feira, 7 de julho de 2010

Na contra mão da solidão

Gente eu sugiro á vcs esse blog de um morador de rua de sp: http://diariotiao.zip.net/

terça-feira, 6 de julho de 2010

Exercicío literário "Love story 2010"



Daria ao namorado um retrato seu, que a carregasse junto ao peito, na carteira cheirando a couro que acabara de comprar. Entrou na “fotos em cinco minutos”, ajeitou os cabelos, retocou a maquiagem e fez pose de artista de novela.

Feliz, retrato na bolsa...deu uma passada rápida no Shopping e pela vitrine da livraria leu alguns títulos e decidiu entrar. Folheou algumas revistas e leu algumas manchetes de jornais. Sábado, quase meio dia, o local começava a encher de gente. Alguns jovens emos circulavam a extravagância de seus figurinos. Fixou o olhar num deles. Nossa! Parece inglês! De repente sentiu saudades de Londres. Tinha deixado Ricardo, ex-namorado, lá trabalhando numa pizzaria e voltado ao Brasil cerca de um mês. Caminhou até o cinema e olhou cartazes dos próximos lançamentos. “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água’. “Na semana que vem vou ver este filme, dizem que é muito bom”, pensou. Carol “já tinha” 25 anos completos e andava meio solitária, querendo se casar. Bancária, tinha se formado em Logística e estava procurando um emprego melhor.

Londres aconteceu assim, de repente, fazia um ano que não via Ricardo. Foi, ficou 15 dias, aproveitando férias do serviço. O suficiente para revê-lo morando na casa de amigos brasileiros. Primeira viagem fora do país. É claro que se encantou com a cidade. Uma maravilha! Comentava com as amigas. ”Primeiro mundo! Ricardo já falava um inglês razoável, mas ainda não tinha curso superior completo. Deixou pela metade o de Informática e foi tentar no exterior uma chance melhor. Para ela não havia dúvida, Ricardo era o homem de sua vida!

Aos 26 anos, tinha muita força de vontade e talento para relacionamentos. Era simpático. Empreendedor, tipo fui, vencedor. Difícil não gostar dele, embora Carol visse nele um pouco de insegurança por conta de um precoce envolvimento amoroso que não dera certo. A família não ajudava muito, aquelas coisas. Mas já estavam emplacando cerca de dois anos e meio. Dois jovens sonhadores, de classe média, média, jogando na vida todas as cartas. Tinha que dar certo. O que a cativara foram aqueles olhos castanhos, um quê de árabe de seu pai, repletos de ternura que Ricardo exibia nos silêncios do namoro, quando ficavam várias horas abraçados, pensando em tudo e em nada, sonhando, idealizando projetos de vida, longe de tudo e de todos, assim na terra, no mar, no céu, se curtindo, felizes.

Já Carol, pelo lado da mãe, tinha grandes olhos azuis, evidenciando a origem finlandesa da família. E por isso, muita decisão, uma de suas características mais peculiares. Alguns parentes mais velhos continuavam morando em Penedo e por lá se estabeleceram. Com que encantamento e olhos assustados muitas vezes se lembrava da vó, já falecida, contando como atravessara a fronteira em meio a um bombardeio, atravessando a França ocupada, com muita dificuldade, até chegar a Portugal e pegar um navio para a Argentina, parando em Santos, em segurança.

Uma jovem de 16 anos, agarrada ao pai, com as cicatrizes da guerra na memória. Sempre lembrava o refúgio que era o Brasil. Carol tinha um grande amor pela vó, não só pelas estórias que contava, mas pela sabedoria impetuosa que deixara como herança nos filhos e netos e que o convívio nesta terra brasilis só aperfeiçoara. “Um Paraíso para imigrantes de todas as nacionalidades,” comentava um professor, seu amigo.

Por isso, fosse o que fosse, se sentia unida a Ricardo e não via a hora de enviar o retrato seu, já que o dele estava sempre guardado em sua bolsa, em seu coração, em sua vida.

Quando podem se comunicam via Internet e celular nesses tempos modernos que aproximam as pessoas, E falam, falam, trocam juras de amor eterno mitigando as saudades, estreitando laços afetivos. Com muito amor, esperamos. E que vivam um love story bem focado no século XXI que já avança para sua segunda década, repleto de fantásticas novidades tecnológicas. Mas que o amor seja sempre uma grande promessa, um tratado de vida duradouro, pleno da mais rica ancestralidade.




A barca Nictheroy

Rangia como velha resmungando de dores na juntas. E era velha mesmo. Provavelmente do início do séc.XX. Nem sabia como ela ainda podia fazer a atravessia da Baía de Ganabara entre o Rio e Niterói e vice-versa. Graças aos potentes motores de popa, a proa cortava as águas singrando como uma adolescente cheia de vida. E fazia a alegria dos passageiros, fossem crianças como eu ou adultos, a passeio ou a trabalho, porque dava a impressão de uma grande viagem marítima entre continentes.
É claro que dava, ás vezes, um certo temor, mas a paisagem inagualavél logo tirava o medo do pensamento. A paisagem, antes mesmo da ponte moderníssima, que levou anos em construção, absorvia a vontade aventureira de grandes viagens em gigantescos transatlânticos. Quem sabe um dia... uma grande viagem seria feita?
Por enquanto era só fantasia, por isso se contentava com as visitas ao Pier da praça Mauá, onde navios brancos de grande porte faziam escalas e deles saltavam turistas e marinheiros de várias parte do Mundo.
Outro encantamento na minha pré-adolescência eram os passeios a Ilha de Paquetá, onde me assombrava, até ficar de boca aberta, pasmo, parado, olhando um enorme Jequitibá que praticamente tomava uma rua inteira, num dos pontos mais bucólicos da Ilha. Aos domingos, muita gente, eu andava de bicicleta prá lá e prá cá alegre e satisfeito com a vida, de bem com tudo, no prazer total das descobertas. A praia de Icaraí ficou para sempre na minha memória. Só a volta ao rio era meio melancólica. Vontade de ficar um pouquinho mais.O Cristo Redentor, lá em cima do Corcovado abençoava todos os nossos sonhos...
Num desses passeios, na barca Nictheroy, uma jovem mulher estava na maior "zueira" com um grupo de marinheiros suecos, quando de repente, caiu ou foi jogada no mar.
Todos começaram a gritar por socorro até que a barca parou e de ré voltou para resgatá-la, pois alguém já tinha jogado a bóia que foi sua salvação.

Algumas pessoas se revoltaram, já outras riam do vexame em que a mulher tinha se metido.Era uma dessas prostitutas da Lapa."Também vai se meter com marinheiro, onde já se viu isso?!" Eram os cometários que eu ouvia.
Mas eu só pensava em algum dia poder viajar pelos quatro cantos do mundo com a barca Nictheroy.





Á Minha irmã Rosinha Lobo

Quando o Senhor preparou o
Nascimento de uma outra flor
Para o mundo,de uma flor
Especial para Deus, para o
Céu e para a Terra,
Deus providenciou e escolheu
Como a nova flor a Rosa,
Uma flor muito bela.
Então os anjos se reuniram
E decidiram tirar todos
Os espeinhos dessa Rosa,
A flor de Deus.
Porque já sabiam que ela
seria cem por cento do bem
E,que jamais faria o mal
A algum cristão.
Exatamente foi isso que aconteceu,
A Rosa, a flor especial de Deus,
Veio ao mundo para enfeitar, colorir e embelezar
E ajudar seus irmãos em Cristo,
Os mais necessitados.
Por isso, a Rosa se foi
Há algum tempo e até
Hoje não foi esquecida
Por aqueles que sinceramemte a amavam.
Quando Jesus voltar ao mundo
Para realizar a ressurreição, com certeza,
A Rosa, a flor especial de Deus
Será a primeira da fila.
O seu lugar já está aguardado no céu.
O Senhor conhece o coração dos seus filhos.
Portanto sabia que a Rosa, sua filha especial,
Tinha um grande coração.

Uma homenagem á sua irmã Rosa Maria de Lima (Rosinha Lobo) -03/03/09.
Avani Antonio de Carvalho