terça-feira, 25 de outubro de 2011

PEPITA,UMA CADELA AMARELA DE BEM COM A VIDA OU QUASE...




Foi que foi. Louca por uma rua, levada, à noitinha do dia 12 de outubro,feriado duplo, numa pequena corrente para tomar conta da casa de sua nova dona, a jovem babá Arlete, mulher do mecânico Anderson. Nem tive quase tempo de me despedir dela, tão serelepe que estava, vacinada, alimentada e de banho tomado com shampu anti tudo, limpinha de dar gosto.
Vou sentir saudades por um tempo, depois a gente se acostuma. Afinal a sua nova casa tem um amplo quintal de terra em declive que termina no fundo de uma estrada bonita, cheia de árvores, a do Porto de areia. Um lugar cheio de verde, como o meu.
De cujo portão ela apreciava ao vaivém de pessoas, cães e gatos. Quem sentiu falta foram seus dois filhos, Neguinha e Branquelo( por ser albino). Muito brincalhão. Alguns apelidaram de Maradona ou Fantasma da Ópera. Comilão feito num sei o quê, mastiga tudo que é pano e depois defeca. Deve ser algum problema de intestino, mas não tem vermes, como era de se supor. Mastigou e comeu quase todo o seu ninho feito de retalhos coloridos.
Devem, também se acostumar com a falta dela, como eu. Ah! Carinhosa Pepita, meu coração partido está com você, pode crer. Apesar de me dar trabalho desde que nasceu há quase seis anos, me alegrou muito a vida. Era um quase nada de esforço te dar comida e água e limpar seu cocô todo santo dia. Companheira, dormia como os outros, bem debaixo da janela do meu quarto, numa extensão da varanda. Latia muito quando aparecia alguém ou bicho no portão e no quintal. Foi assim no dia em que vários e inusitados balões promocionais de uma festa apareceram no céu da cidade e do bairro. Aliás todos os meus 4 cães ficaram enlouquecidos,latindo forte e correndo de um lado para outro, supostamente para se proteger de uma ameaça ou de algo que eles nunca tinham visto e que poderiam invadir o meu e o espaço delas.


Quem deu muito trabalho nos últimos dias foi o Rambinho de 12 anos, focinho e patas já brancos pelos anos, feito um preto velho. Chamei Isabel e seu marido Francisco, (táxi-dog) e o levei ao dr.Fábio veterinário, que diagnosticou um tumor na garganta. Acho que benigno. Depois de 2 injeções de Benzetacil aprumou e já está quase bom. Uma bola de pus estourou, molhando seu ninho. Limpei tudo, com creolina, água sanitária e álcool e estou passando metiolato na enorme ferida aberta bem abaixo do pescoço. Mistura de Waimaraner e vira lata (SRD), Rambinho ,meio resmungão,vem resistindo bravamente como um macho emperdenido. Já está comendo a sua ração e bebendo leitinho e água. Estes estão sendo os dias da minha vida em que mais estou pedindo muita misericórdia e compaixão a Deus, para que ele supere a doença e viva mais, meio indiferente que sou com relação ao divino, tentando resolver tudo de forma mais ou menos prática para não dar trabalho a ninguém. Refleti que tanto os humanos como os animais sentem as mesmas dores. Somos, ao mesmo tempo, tudo e nada nesta vida. E que dependemos uns dos outros nesta longa estrada. A ficha está caindo. As lições que temos que aprender vem sempre do Alto.Egoístas que somos, muitas vezes esquecemos. E profundamente temos que agradecer. Diariamente. Com meditações e preces. É assim.

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