quinta-feira, 7 de junho de 2012

O DESTINO DO ETERNAL HOPE



(Histórias do mar sem fim)

Era um velho cargueiro de bandeira panamenha que sempre atracava no porto de São Sebastião, Litoral Norte de SP e aí permanecia por vários dias. Já tinha cruzado os sete mares e hoje, meio enferrujado, rangia no embate das ondas no cais, onde ficava amarrado com aquelas grossas cordas. O comandante a bordo e seus oficiais preferiam passar noites e madrugadas enchendo a cara de cerveja e ouvindo todo tipo de música popular brasileira e americana dos bons tempos, no Lorde Jim, um bar a beira mar, na pequena Vila de São Francisco. Já marujada gostava mesmo era das badernas e das garotas de programa no Boteco do Capitão no lado norte de Ilhabela, bem ao lado do pequeno Museu dos Naufrágios.

Eternal Hope ou Eterna Esperança, era o nome deste cargueiro. Segundo a lenda dos navegantes era uma espécie de “Navio Fantasma”, que já tinha naufragado na Ponta de Piribura, ao bater numa madrugada, durante uma forte tempestade, numa laje submersa. Os caiçaras, que tinham prática de mergulhar em profundidade, retiraram uma preciosa carga de barras de ouro de seu casco e, no meio da selva, ergueram uma cidadela chamada Eldorado, onde praticavam estranhíssimos rituais, nas noites claras de Lua Cheia. Perto de um cemitério onde foram sendo enterrados os afogados que apareciam nas praias, dizem que apareciam alguns ETS(?) Várias fotos do navio mercante estão no Museu do Mar, em São Sebastião e no Museu dos Naufrágios.



A história do Eterna Esperança ( afinal porque tinha esse no me?) é incansavelmente contada pelo estagiário Bruno, no museu, junto com a história do “Príncipe das Astúrias”, navio espanhol que afundou no mesmo local em 1916, o chamado “Titanic Brasileiro”. O Eternal Hope seria mesmo um navio e tripulação fantasmas?! Mistérios que perduram até hoje.Um escritor grego, que há muitos anos mora na ilha, também gosta de contar esta história, acrescentando detalhes como a desilusão de um de seus comandantes que, na juventude teria se apaixonado perdidamente pela famosa pintora mexicana Frida Khalo, antes de ser atropelada por um carro que a deixou paraplégica. No convés da velha embarcação sua alma (penada?), costumava aparecer dedilhando um violão e cantando tristemente velhas canções de amor perdido para sempre nas rotas dos Sete Mares.Jovens e até mesmo idosas prostitutas, passeando pelo cais, em busca de marinheiros, choravam copiosamente, ficando repentinamente melancólicas lembrando capítulos de suas vidas pelos prostíbulos em portos do Oriente e do Ocidente




















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