sábado, 18 de setembro de 2010

Desmistificando a velhice

Envelhecer pode não significar um lento declínio. Assim como nos EUA e em vários outros países desenvolvidos, também no Brasil, apesar dos nossos problemas, a chamada terceira idade esta tendo, ao que parece, mais tempo e saúde para realizar seus projetos de vida e sonhos. A longevidade, em seus aspectos explicados pela genética, esta tendo garantia maior também pelo respeito dado pela saúde dos idosos e graças aos novos medicamentos e melhoria no atendimento da rede pública.
É claro que posso estar sendo otimista demasiado, mas de acordo com pesquisas divulgadas no Jornal da Globo de ontem (17/09/2010) a esperança de vida dos brasileiros em vários pontos do país vem aumentando entre homens e mulheres.
A perda de memória, a mortalidade, o inevitável podem não ser mais um fantasma na vida dos idosos. Envelhecer pode significar “estar no auge e ainda com muita vida pós aposentadoria e sabedoria a ser conquistada”, de acordo com matéria publicada no New York Times (edição brasileira de 15/03/2010), assinada por Kathlin Hotynski. Ela cita vários exemplos de varias pessoas em plena atividade alem dos 60, 70, 80 e 90 anos participando de projetos de interesse pessoal ou comunitário.
A geração “baby boomers” (americanos nascidos no pós-guerra em 1945 e hoje na faixa etária de 55 a 65 anos) esta tendo muita motivação para encarar o chamado “futuro” ”trabalhar é o que me mantém ativo e vivo”, revelou o barbeiro Anthoni Mancinelli, de 98 anos. Um dos benefícios da idade avançada é “ter tempo para viajar, ficar mais aventureiro e arriscar”, afirma uma senhora de 78 anos.

Se o cérebro for mantido em boa forma, pode continuar a construir caminhos que ajudem seu dono a reconhecer padrões e, conseqüentemente, os significados e até soluções muito mais rapidamente do que um jovem consegue revela a pesquisa afirmando que “o cérebro ao atravessar a meia-idade melhora no reconhecimento da idéia central, se desenvolvendo até o final da vida adulta”.
Por isso, existem dezenas de milhões de homens e mulheres com vida mais longa e mais vitalidade juvenil do que jamais se imaginou, diz Ken Dychwald, psicólogo e autor de várias obras sobre envelhecimento. Assim, sentir pena de um idoso mesmo num asilo pode ser um equívoco. “Eu esqueci que era tão velha” disse uma paciente quase centenária realizando um trabalho voluntário na comunidade, lendo, vendo TV e navegando na Internet.
Resumindo: os conceitos negativos sobre idade avançada podem e devem estar mudando. Os mais jovens deve aprender muito ainda com os da chamada terceira idade, ou melhor idade, aqui no caso. Idosos em plena atividade “é até mesmo um fenômeno de mercado emergente” friza outro médico.
Então! Que tal abrir a mente para todos os novos conhecimentos, cuidar mais da saúde e escalar o Everest...em todos os sentidos. Vamos também conquistar uma qualidade de vida melhor para o planeta, colaborando contra o desmatamento, o aquecimento global que interfere no clima e no relacionamento cordial entre as pessoas.
Exemplos de longevidade com saúde e boa memória posso citar na minha própria família: Tia Ruth que faleceu recentemente aos 90 anos, Tia Neném faleceu no ano passado aos 96 anos, Tia Mariquinha ainda viva aos 92 anos, que adora conversar sobre tudo, e Tia Dodoca, em Juiz de Fora vivíssima aos 91 anos. Outro exemplo eloqüente: na novela “Passione” na Rede Globo, vejam o talento de veteranas atrizes como Fernanda Montenegro, Cleide Yáconis, Aracy Barabanian e de atores como Elias Gleyser e Leonardo Vilar.

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