24 de junho de 1932 – o que me vem à memória depois de tantos anos, parece imaginação. O inverno com toda a sua densidade tomava conta da rua. Me vem à lembrança aquela fogueira que marcou o fim de amizades entre vizinhos que todos os anos festejavam a noite de São João. Nossa alma desperta a recordação daqueles velhos amigos. Com o nariz achatado no vidro da janela, olhava um céu azul muito escuro,estrelas brilhantes pareciam correr junto com o trem que transpunha a Serra da Mantiqueira,noite a dentro.
Vez por outra, aparecia uma fogueira em extinção. Pequenas cidades dormiam. Silêncio. Só o barulho das rodas do trem. A madrugada foi vencida pelo sono. Longas horas de viagem, o trem sempre veloz. A baldeação feita em Barra do Piray. E finalmente, já no Vale do Paraíba, de manhãzinha, apareceu a placa da estação onde deveríamos descer:” JACAREHY.”
A transformação foi lenta e gradual.
Cidade que nos recebeu de braços abertos. Já se passaram 61 anos. Quatro gerações já estão radicadas aqui. Cidade outrora tão simples e pequena. Dá- nos prazer, a cada semana, ler os artigos do jornalista Jobanito, que, com toda a simplicidade, rico em detalhes, descreve cenas da história cotidiana de Jacareí, “Pelas Ruas da Cidade”. Há um ditado que diz: “Recordar É Viver”. Recordar, contudo, não é querer de volta o passado. Viver é lembrar da longíngua noite que deixamos Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais e chegamos a Jacareí, em São Paulo, na movimentação de tropas da “guerra civil” – a Revolução Constitucionalista de 32, quando Getúlio Vargas estava no poder.
Aprendemos a amar a cidade. O medo, a estranheza, tudo de transformou, aos poucos, em carinho e ternura. Durante muitos anos moramos na “Rua do Meio” (Rui Barbosa).Hoje,sentimo-nos pequenos nessa imensa cidade. Para conhecer todas as ruas, avenidas, praças e bairros, só voando por cima dela. Lágrimas doem nos olhos ao lembrar, com “Jobanito”, as ruas antigas, crianças brincando tranqüilas, sem nenhum perigo. Famílias sentadas nas portas, pondo a conversa em dia, após, os trabalhos caseiros.
verde que te quero verde.
Nestas ruas, algumas de chão batido, podíamos olhar a lua e as estrelas em sua trajetórias, no infinito céu. O passeio pelas praças modestas, as “bandas de música”, serenatas pela noite adentro, lindo! Sentimo-nos outra vez pequenos e perdidos. Jacareí agora é “cidade grande”. Com a explosão demográfica, o progresso chegou junto. Há muito ainda que contar das ruas “de baixo”,”do Carmo”, do Mercado, dos Ferroviários, dos Operários e outras, pela memória também do professor BSL – (Benedicto Sérgio Lencioni). No entanto, causa-nos tristeza perceber que a cidade hoje também se tornou bastante desumana. No meio da multidão fica cada vez mais difícil encontrar e reencontrar amigos. Tudo fica a cargo do acaso.
Pessoas disputam espaço com veículos; carros ônibus, caminhões, motos e bicicletas. A solidariedade parece estar sumindo, pois todos têm pressa. Por causa da violência as noites ficam vazias. A cidade cresceu em todos os sentidos. Está, sem dúvida, até mais bonita e moderna. E, nesta noite de São João, estão fazendo falta as fogueiras que nos trazem alegria e calor ao coração. Uma alegria renovada. Como aquela fogueira que ficou para trás, apenas na lembrança.
O recanto: Uma troca diária de energia positiva.
RUTH RIBEIRO DE OLIVEIRA, minha tia, hoje com 88 anos, naturalizada jacareiense, chegou à cidade, com sua família, aos 10 anos. Memória Viva,como muitos outros, por que, de lá prá cá, viu a cidade crescer. E, principalmente, viveu.
(Crônica escrita em 1993 e publicada no Diário de Jacareí)
PROMETA A SI MESMO
SER FORTE de maneira que nada possa perturbar a sua paz de espírito
FALAR de saúde, felicidade e prosperidade a toda pessoa que encontrar espalhando entusiasmo e otimismo.
ESQUECER os erros do passado e preparar-se para melhores realizações no futuro
CONSERVAR em todas as ocasiões um rosto de alegria,plantando,nos ambientes, a semente do bom humor
SER CALMO nas dificuldades, nobre nos momentos de raiva, corajoso nas tempestades,para extrair,com sabedoria,as lições da vida.
FAZER um bom juízo de si mesmo e proclamar este fato ao mundo, não em altas vozes, mas em grandes feitos.
Uma pausa para lembranças e reflexões.
Mas: foi um longo caminho até aqui.
Canto de Passáros...
A cada amanhecer!!!!
Minha mãe dona Anita e meus familiares num tradicional almoço de domingo, bons tempos.
Na parede da memória meu Irmão e os 4 sobrinhhos!!!!
Nina e Prika, sobrinhas: Danadaaaassssss!!!!!