sábado, 29 de maio de 2010

AQUELA FOGUEIRA DE SÃO JOÃO

No principio era uma Edícula....



24 de junho de 1932 – o que me vem à memória depois de tantos anos, parece imaginação. O inverno com toda a sua densidade tomava conta da rua. Me vem à lembrança aquela fogueira que marcou o fim de amizades entre vizinhos que todos os anos festejavam a noite de São João. Nossa alma desperta a recordação daqueles velhos amigos. Com o nariz achatado no vidro da janela, olhava um céu azul muito escuro,estrelas brilhantes pareciam correr junto com o trem que transpunha a Serra da Mantiqueira,noite a dentro.
Vez por outra, aparecia uma fogueira em extinção. Pequenas cidades dormiam. Silêncio. Só o barulho das rodas do trem. A madrugada foi vencida pelo sono. Longas horas de viagem, o trem sempre veloz. A baldeação feita em Barra do Piray. E finalmente, já no Vale do Paraíba, de manhãzinha, apareceu a placa da estação onde deveríamos descer:” JACAREHY.”


A transformação foi lenta e gradual.


Cidade que nos recebeu de braços abertos. Já se passaram 61 anos. Quatro gerações já estão radicadas aqui. Cidade outrora tão simples e pequena. Dá- nos prazer, a cada semana, ler os artigos do jornalista Jobanito, que, com toda a simplicidade, rico em detalhes, descreve cenas da história cotidiana de Jacareí, “Pelas Ruas da Cidade”. Há um ditado que diz: “Recordar É Viver”. Recordar, contudo, não é querer de volta o passado. Viver é lembrar da longíngua noite que deixamos Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais e chegamos a Jacareí, em São Paulo, na movimentação de tropas da “guerra civil” – a Revolução Constitucionalista de 32, quando Getúlio Vargas estava no poder.
Aprendemos a amar a cidade. O medo, a estranheza, tudo de transformou, aos poucos, em carinho e ternura. Durante muitos anos moramos na “Rua do Meio” (Rui Barbosa).Hoje,sentimo-nos pequenos nessa imensa cidade. Para conhecer todas as ruas, avenidas, praças e bairros, só voando por cima dela. Lágrimas doem nos olhos ao lembrar, com “Jobanito”, as ruas antigas, crianças brincando tranqüilas, sem nenhum perigo. Famílias sentadas nas portas, pondo a conversa em dia, após, os trabalhos caseiros.


verde que te quero verde.

Nestas ruas, algumas de chão batido, podíamos olhar a lua e as estrelas em sua trajetórias, no infinito céu. O passeio pelas praças modestas, as “bandas de música”, serenatas pela noite adentro, lindo! Sentimo-nos outra vez pequenos e perdidos. Jacareí agora é “cidade grande”. Com a explosão demográfica, o progresso chegou junto. Há muito ainda que contar das ruas “de baixo”,”do Carmo”, do Mercado, dos Ferroviários, dos Operários e outras, pela memória também do professor BSL – (Benedicto Sérgio Lencioni). No entanto, causa-nos tristeza perceber que a cidade hoje também se tornou bastante desumana. No meio da multidão fica cada vez mais difícil encontrar e reencontrar amigos. Tudo fica a cargo do acaso.
Pessoas disputam espaço com veículos; carros ônibus, caminhões, motos e bicicletas. A solidariedade parece estar sumindo, pois todos têm pressa. Por causa da violência as noites ficam vazias. A cidade cresceu em todos os sentidos. Está, sem dúvida, até mais bonita e moderna. E, nesta noite de São João, estão fazendo falta as fogueiras que nos trazem alegria e calor ao coração. Uma alegria renovada. Como aquela fogueira que ficou para trás, apenas na lembrança.


O recanto: Uma troca diária de energia positiva.

RUTH RIBEIRO DE OLIVEIRA, minha tia, hoje com 88 anos, naturalizada jacareiense, chegou à cidade, com sua família, aos 10 anos. Memória Viva,como muitos outros, por que, de lá prá cá, viu a cidade crescer. E, principalmente, viveu.
(Crônica escrita em 1993 e publicada no Diário de Jacareí)

PROMETA A SI MESMO
SER FORTE de maneira que nada possa perturbar a sua paz de espírito
FALAR de saúde, felicidade e prosperidade a toda pessoa que encontrar espalhando entusiasmo e otimismo.
ESQUECER os erros do passado e preparar-se para melhores realizações no futuro
CONSERVAR em todas as ocasiões um rosto de alegria,plantando,nos ambientes, a semente do bom humor
SER CALMO nas dificuldades, nobre nos momentos de raiva, corajoso nas tempestades,para extrair,com sabedoria,as lições da vida.
FAZER um bom juízo de si mesmo e proclamar este fato ao mundo, não em altas vozes, mas em grandes feitos.


Uma pausa para lembranças e reflexões.


Mas: foi um longo caminho até aqui.


Canto de Passáros...


A cada amanhecer!!!!


Minha mãe dona Anita e meus familiares num tradicional almoço de domingo, bons tempos.


Na parede da memória meu Irmão e os 4 sobrinhhos!!!!


Nina e Prika, sobrinhas: Danadaaaassssss!!!!!

Um comentário:

  1. D. Anita foi uma visinha muito, muito querida! Guardo dela, até hoje um baú que me deu no dia de sua mudança aqui do morro. "Toma, Ludmila...você gosta dessas coisas", me disse! Adorei revê-la nas fotografias! Saudades!!!!

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