quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
VIVA O POVO BRASILEIRO VIVA!!!
Neste momento de festas desejo a todos os meus parentes e amigos muita saúde, ternura e Paz; garra e determinação para que possamos vencer todos os obstáculos. Com a ajuda de DEUS em nossos corações!
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
O DESTINO DE POMPÍLIO OU... MA CHÉRIE
Pompílio era muito reprimido pelo pai, alcoólatra inveterado. E assim cresceu. Tímido, mas jogava um bolão com o time varzeano de sua cidade. Por esta qualidade era até respeitado por seus amigos. Por volta dos 14 anos é que as piadinhas começaram. Superada as gozações do vestiário, todos comemoravam a vitória garantida pelos chutes poderosos de Pompílio, como atacante, contra os times adversários. Mas, no final dos jogos, acabava ficando muito só, tendo apenas a compreensão de alguns poucos. E lá ia Pompílio pelas vielas escuras da cidade em busca do amor...O que um garoto sabia da vida lá pelos 17 anos? Imagine as dúvidas, alegrias e dores do amor, para quem provinha de um lar cujos pais viviam em conflito íntimo. Projetava tudo em seu “campeão”, um rapaz do time, com 19 anos e fama de namorador, completamente inacessível, em sua imaginação.
Além do futebol, Pompílio gostava muito de carnaval. Podia liberar um pouco sua timidez.Quando percebeu a enorme carência afetiva que vivia em sua cidade, decidiu mudar de cidade. Aos 20 anos estava vivendo no Rio de Janeiro, com um amigo que conheceu, de passagem, pela sua cidade. Tentou o futebol em vários times. Para sobreviver virou garçon trabalhando em vários bares até chegar, pelos conhecimentos e práticas adquiridos ,a ser barman do Café Nice, na Lapa, que já não guardava mais aquele brilho do passado, quando era reduto frequentado por artistas e boêmios conhecidos como Noel Rosa, Araci de Almeida, as irmãs Linda e Dircinha Batista, Francisco Alves e outros.
Foi aí que conheceu o carnavalesco Joãozinho 30 que estava incrementando a famosa Escola de Samba Beija Flor, de Nilópolis, numa madrugada em que procurava a nostalgia do local há muito tempo perdida, para compor um dos seus famosos temas de carnaval. O convite surgiu, quase por acaso, pois a escola estava precisando de sambistas “e quem sabe você leva jeito...” Joãozinho 30, além de grande amigo,foi seu primeiro professor e grande incentivador . Começou ali sua carreira artística, pois além de sambista revelou seu grande talento como transformista imitando artistas como Carmem Miranda, Elba Ramalho, Marylin Monroe, Sofia Loren,Cher, Gina Lolobrigida, Madonna e outras. Virou uma Drag Queen requisitada para shows em boates, clubes e programas de TV. Ficou famosa. Durante vários carnavais no sambódromo da Marquês de Sapucaí desfilou como uma das estrelas na passarela, na Beija Flor, naqueles primeiros tempos em que a escola era praticamente imbatível, tornando-se campeã entre todas as grandes escolas cariocas.
Um dia, Uma ala da Beija Flor, que se apresentava em shows pelo Brasil, passou por sua cidade. Fazia uns 10 anos que ele não a visitava . Aliás, veio apenas duas vezes quando morreram seus pais. Rapidamente para o enterro de ambos. A apresentação foi num clube da “elite”, numa noite de gala, patrocinada por um empresário conhecido. No elenco estava a Drag Queen Pompílio que agora se chamava Ma Chérie, nome artístico. Além de Joãozinho 30,vários artistas faziam parte da trupe, como o travesti Rogéria,a veterana vedete Virginia Lane, Cauby Peixoto e uns 20 sambistas, homens e mulheres, que levaram os convidados para o show “Noites Cariocas” ao delírio. Todo o elenco ganhou muito dinheiro e todos fizeram seu pé de meia com esses shows.
Quando anunciaram a apresentação de Ma Chérie e suas imitações perfeitas, o apresentador, de uma rádio local, frisou que ele era natural da cidade e que tinha jogado muita bola na infância e adolescência e se chamava Pompílio. O Clube quase veio abaixo. Os aplausos foram contínuos. “ O quê, ele (ou ela) era o filho da dona Genoveva!, meu Deus”, se escandalizavam algumas mulheres. “Olha que pernas, menina! Que voz!”, diziam outras.”Que talento!”, concordavam todos. Os homens ficaram pasmos, no íntimo apaixonados pela grande mudança de uma pessoa. No palco estava uma das grandes estrelas do espetáculo.
Entre eles o “campeão” de Pompílio, na adolescência, que agora , aos 30 anos, era um rico comerciante da cidade. Ficou deslumbrado com a transformação daquele menino tímido do passado. E Ma Chérie deu recado completo como artista. Foi uma grande consagração. Uma espécie de vingancinha contra a cidade. Naturalmente convidou, com o coração batendo forte, durante jantar oferecido pelo clube, aos artistas, para que Ricardo, “O campeão”, fosse visitá-lo, no Rio, ficando em seu belo apartamento, na Barra da Tijuca. “Vou sim, obrigado, ainda sou solteiro, livre e desimpedido”, frisou. “Que bom”, disfarçou Ma Chérie, entre sério e brincalhão.
Diferente do que as más línguas possam mexericar, Pompílio ou Ma Chérie, sempre foi um artista que prezava sua carreira. Nunca foi dado a badalações etílicas. Sempre levou uma vida social simples. Cumpria e ainda cumpre os contratos rigorosamente e continua brilhando nos carnavais cariocas. Aplicou bem o dinheiro que ganhou e ainda ganha com seus shows e pode dar-se ao luxo de parar quando quiser, afirma..Quis o destino que ele e Ricardo se reencontrassem na vida. Vivem juntos até hoje, cada qual cuidando de seus negócios. E ficando muito ricos, cada vez mais ricos.
Atualmente, em férias, devem estar num cruzeiro pelas Ilhas Gregas, ou em qualquer lugar do romântico Mediterrâneo. No Rio, com camisetas da famosa (e cara )grife MA CHÉRIE FOREVER costumam ainda bater uma bola na areia da praia em frente do prédio de apartamentos de alto luxo onde moram, trocando, com todo cuidado, olhares apaixonados.
Moram na cobertura. É claro.
MUITO ALÉM DO ARCO ÍRIS – UMA PEQUENA HISTÓRIA DE SUCESSO PESSOAL
As cores do Arco Íris, logo após uma chuva pesada de verão, sempre motivaram Luciana. Tudo o que era colorido fazia vibrar seus pequenos olhos levando – a um mundo de fantasias. As cores e suas misturas tornaram-se uma verdadeira razão em sua vida. Aos 7 anos ganhou de um tio um caderno para colorir, o famoso “Menino Pintor”. Que ela rapidamente coloriu misturando as cores de forma artística que todos admiraram seu precoce talento. Arte que se transformou, aos poucos, numa forte resistência aos sofrimentos existenciais. Um mundo místico de cores que se revelou, aos poucos, aprimorado pela educação artística, em seus anos iniciais de estudo. Depois tudo correu solto. A sua arte como refúgio contra a grande barreira do preconceito social. Gente pobre não precisava estudar.
Não era bonita, mas também não era feia. Quando criança padecia de rejeição. Assim, se apegou ao pai. A mãe, muito religiosa, preferia ficar enclausurada no quarto,não dando muita atenção aos dois filhos: Lucas e Luciana. A casa vivia sempre em silêncio, janelas e portas fechadas. No recreio escolar Luciana preferia ficar num canto, com poucas outras colegas, comendo seu lanchinho e observando, de longe, o irmão, do outro lado, com os meninos de sua idade, de uma série mais avançada .
Na pré-adolescência e adolescência não dava muita bola aos namoricos das outras meninas e meninos. Só Arthur, magrinho, talvez por uma certa semelhança com Serafim ,seu primo, no distante interior de Goiás, chamava sua atenção. Era o único mais atencioso com ela. O resto preferia ficar na algazarra, na única lanchonete da cidade, também na única pracinha, que era reduto dos jovens. Sempre que podia escapar voltava prá casa e se fechava no quarto, onde tinha seu pequeno ateliê e vários livros e catálogos de pintura de artistas plásticos famosos. A família era pobre e não podia dar-se ao luxo de pagar estudos de arte para que ela pudesse aprimorar seu talento. Tinha o sonho de estudar na capital até mesmo para poder se relacionar mais e ampliar seus horizontes sociais.
E foi o que acabou acontecendo. Ficou morando com uma tia que tinha uma pensão na Bela Vista. Estudava de noite pois trabalhava num Banco da rua Direita, no centro de SP para poder se sustentar.
Voltava poucas vezes à cidade. Quando os pais morreram e o irmão se casou as visitas acabaram ficando cada vez mais raras. Não havia motivos para voltar a uma cidade que, infelizmente, mantinha um grande preconceito contra quem não fosse da “elite”. No banco em que trabalhava reparou que tudo era muito cinzento, muito austero. Seu único colega, tipo sonhador, como ela, “mas com os pés no chão”, era Alfredo, paulistano da Moóca, estudante de Administração, também à noite.
Não que preferissem o isolamento, mas gostavam de coisas que a maioria não dava muito valor. Como por exemplo assistir filmes de diretores consagrados e peças teatrais que contivessem mensagens ou que despertassem polêmica sobre determinados assuntos. Iam, com frequência, a livrarias e exposições de Artes Plásticas. Digamos que se curtiam, mas não era um namoro. Cada um na sua. Alguns sábados visitavam amigos ou parentes de Alfredo e, é claro, comiam deliciosas pizzas feitas pela “nona” Alícia que também tinha uma conversa bastante agradável, animada, principalmente quando relembrava como seus pais chegaram ao Brasil, vindos do norte da Itália.
Ambos gostavam de andar a pé por uma SP que começava ter Metrô. Da avenida Paulista desciam até o centro, passando por galerias, na avenida São Luiz,pelo Viaduto do Chá, onde ficavam horas conversando nas escadas do Teatro Municipal, admirando o prédio da Ópera, de 1911.
Tudo estava bem fizesse calor ou frio, se chovesse ou tivesse aquela garoa fininha conhecida que os boêmios ou notívagos adoram. Luciana e Alfredo falavam de seus sonhos e projetos. São Paulo sempre foi assim. Talvez alguma grande entidade, um Ser supremo, sério e brincalhão ao mesmo tempo, ouvia tudo lá de cima. E jogava alguma magia pois as pessoas sempre acabavam conquistando um lugar nesta metrópole acolhedora e, de alguma forma, vinham, viviam e venciam.
Quando soube que o banco abriria um concurso para estudantes de Artes Plásticas com o objetivo de inovar as agências, dando personalidade mais apropriada à rede, é claro que Luciana, com 22 anos, se inscreveu, sem não ter muita noção, pois navegava entre a modernidade e o tradicional em suas pinturas e desenhos. Não tinha ousado muito ainda. Admirava muito a obra de famosos como Tomie Otake , Lasar Segall, Hélio Oiticica e muitos outros quando ia ao MASP, ao MAM e, em vernisages, mesmo sem ser convidada.
Os bancos já começavam a se interessar pelo que artistas conhecidos ou nem tanto, anônimos ou estudantes com propostas inovadoras, faziam. Luciana percebeu que ali estava sua grande oportunidade na vida, sonhando mais alto em sua realização profissional como artista, algo que ardia lá dentro de seu coração, sempre.
E começou a elaborar a identidade plástica para o banco. Escolhia formas, linhas, traços e tons que evidenciassem a pujança econômica de SP, mas de modo suave, poético para que cada espaço interior ou exterior ficasse modelado na mente das pessoas. Um projeto que, mesmo para um banco, sugerisse aos clientes estar entrando também numa galeria de Arte. Trabalhava no projeto cada noite um pouco e nas madrugadas de sexta e sábado, em seu quarto na pensão da tia. Alfredo ficava junto e até dava algumas idéias. E foi assim que ela se lembrou da “garoa fina, fininha” que caía sempre sobre a cidade, dos poetas que SP acolhia, bem como dos migrantes e imigrantes, da intensa vida artística da metrópole, dos seus trabalhadores, do café, das indúsrias, da informática que estava transformando tudo rapidamente, a história do Estado e da cidade naquela correria de todos os dias, a hora do rush, o verde dos parques, enfim...
Ansiosa aguardou meses e meses, contando os dias, até o resultado final. Seu projeto intitulado “O futuro agora”, que modificava até o logotipo do banco, com algumas sugestões e palpites dos organizadores do evento, foi classificado. Nunca o dinamismo foi tratado com tanta leveza. A alta diretoria do banco já a destacava entre os milhares de funcionários. Nascia uma artista bancária. Foi alvo de entrevista nos pequenos jornais da empresa e, depois em outros jornais, revistas, no rádio e na TV. Parecia coisa de novela, como aquela “Selva de Pedra”, que tinha acompanhado um pouco. As cores também logo chegariam à TV.
As modificações introduzidas no ambiente bancário a tornaram uma celebridade. Outros banqueiros a queriam em sua equipe. Ficou disputada, por exemplo, quando foi convidada a mudar o estilo do Banco da Amazônia que ficou entre o verde da floresta, o calor tropical ,as paredes destacando aspectos do grande folclore da região e suas lendas, de forma totalmente inusitada.Um Bumba Meu Boi no início da Era Digital. Imaginem vocês o que ela recriou para o Banco do Rio Grande do Sul. O Pampa Gaúcho , o gélido minuano em toda sua dimensão. As paredes internas das agências pareciam grandes obras de arte pictórica. Na parte externa, idem e os logotipos deixaram de ser aquela coisa austera, vetusta.
Em sua nova vida, Luciana viajou para os EUA, Europa e Oriente, sempre a convite.Para o hiper tradicional Banco de Boston recriou em tons e grafismos jamais vistos toda a saga dos puritanos ao chegar na América do Norte, o índios, o far west. Até poderoso Banco HSBC (Banco da China) se rendeu à arte daquela brasileira, agora com quase 40 anos, artista de renome e com uma grande empresa para dirigir. Sua equipe conta com vários artistas plásticos de várias tendências.Tudo começou com ela. Hoje, cada agência bancária no Brasil e no mundo tem uma característica própria, uma personalidade que valoriza a arte plástica em meio ao, digamos assim, capitalismo selvagem. É claro, que Alfredo, seu grande amigo e eterno apaixonado, trabalha na sua empresa, cuidando da administração de tudo, junto com Lucas, o irmão de Luciana, que também teve a sua hora e vez em Sampa, formando –se em Publicidade e Propaganda, na FAAP. Luciana nunca quis se casar. “Um dia ainda, talvez, quem sabe...”
Mora em Alphaville, mas tem uma cobertura na Avenida símbolo de SP, de onde se enxerga praticamente a cidade toda. Realizada, às vezes pensa em visitar a pequena cidade de onde saiu, há mais de 30 anos. Visita sempre adiada. O primo, Serafim, afinal, se tornou um grande repórter especial do Le Monde vivendo pelo mundo, mas morando atualmente em Moçambique, na África. Também seu sonho não cabia naquela pequena cidade de Goiás onde viveu a infância e parte da adolescência. Luciana, quando quer refletir, pensar na vida ou apenas descansar do estresse da cidade grande,vai para o seu refúgio, entre a serra e o mar, em Ubatuba, dirigindo seu próprio carro.Gosta de receber, mas também gosta da solidão, do silêncio, de ler seus livros e ver vídeos preferidos, de navegar na Net de caminhar na praia, de tomar banho de cachoeira ou, simplesmente, de madrugada, ficar vendo o mar prateado pela lua cheia, lá longe. Quando está no Brasil, o primo praticamente mora no refúgio de Luciana. Alfredo também é freqüentador assíduo do refúgio. E, Lucas que gosta de velejar. Formam um pequeno grupo de vencedores, cujo empreendedorismo valeu a pena. Apostaram tudo e ganharam.
Mas tiveram de lutar contra muitas adversidades na vida para atingirem seus objetivos e realizarem seus sonhos. Em sua tela, no computador, Luciana implantou a foto de um imenso arco íris, cuja cauda termina em alto mar, lá onde, segundo a lenda, deve haver um grande pote de ouro. Para nunca esquecer o começo de tudo. Resumo da Ópera: A felicidade buscada o tempo todo, com muita garra, over the rainbow.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
RECORDANDO – A Galeria dos Presentes –
Com a proximidade cada vez mais rápida do NATAL é impossível não relembrar a importância dessa casa comercial da família Martins. Até mesmo para gerações dos anos 40 e 50. Crianças e adolescentes sempre sonharam com os presentes dados pelos pais e outros parentes com a “grife” que fez fama na cidade.
As vitrines eram mágicas em todos os sentidos. E o famoso (e gordo) Papai Noel estava no alto da escada a observar o delírio de todos com as novidades eletro - eletrônicas da época. O trem elétrico, o carrinho, o aviãzinho para os meninos e as bonecas mais lindas e cobiçadas e mobílias (casinhas) com todos os utensílios domésticos para as meninas.
A Galeria dos Presentes “era uma festa” o ano inteiro com e principalmente em dezembro. Para as donas de casa tinha de tudo e para presentear aniversariantes, nos Dia das Mães, Dia dos Pais e casamentos, era lá o templo da alegria, do bom presentear. A criançada fazia a maior algazarra e ficava fascinada e extasiada olhando as vitrines e o trenzinho a correr nas curvas dos trilhos, com luzinhas coloridas e tudo mais.
Eram presentes caros, nem todos podiam comprar, mas o crediário facilitava tudo em suaves prestações. Como não sonhar com o narizinho apertado nas vitrines!”. Vai desagradar uma criança assim!. Por isso a Galeria dos Presentes ficará para sempre em nossos corações, em algum lugar além do Arco Íris.
Ah! Já ia me esquecendo. O jantar- baile foi preparado com todo esmero e requinte. Foi um a recepção de GALA, onde todos puderam se reencontrar e recordar, com muita emoção e alegria. Alguns não puderam vir, mas se justificaram. A música da época acabou levando todos à informalidade. Foi muito, muito bom dar um tempo aos nossos corações um pouco endurecidos pela vida. VALEU! Até o próximo evento. Sugestão: organizar grupos de viagens pelo Brasil e Exterior. QUE TAL ???
TEATRO
No dia 27 de agosto de l994, um sábado, a peça teatral OS FUZIS DA SENHORA CARRAR, de Bertold Brecht, foi encenada na escola Estadual Dr. João Victor Lamanna, no Jardim Panorama, pela Cia. Extrema Profana, com direção de Guarãnah Ramos. A ação se passa em 1937, durante a Guerra Civil Espanhola. A temática é pacifista. Foi uma das grandes noites de teatro na cidade.
Todo o elenco da peça foi aplaudido de pé. O entusiasmo dos jovens atores surpreendeu até mesmo moradores simples do bairro e vizinhanças que, provavelmente, nunca tinham assistido a uma peça teatral. “Eles Não Usam Black-Tie”, de Gianfrancesco Guarnieri, também foi encenada na escola, em 1998, e que contou com o grande sucesso de público.
DICAS PRÁTICAS PARA MELHORAR A SUA MEMÓRIA
A memória também precisa de exercícios para se manter em forma:
“É importante estimular o cérebro com atividades intelectuais, que podem ser: ler um livro, aprender algo novo, fazer um curso, acompanhar os acontecimentos da atualidade. Ou ainda exercitá-lo com jogos que exigem que você pense. Não se esqueça também: tenha um estilo de vida saudável, a boa memória depende de uma dieta balanceada, evitando cigarros, álcool, remédios para dormir, fazendo exercícios regulares e tendo 7 a 8 horas de sono por dia.”
Para obter mais informações faça uma pesquisa online a respeito desse tema.
Dicas dos drs. Michael Freedman e Rubens da Fraga Jr.
FRASES
Lygia Fagundes Telles, 87 anos, na abertura da 5ª. Edição da Balada Literária, na Livraria da Vila Madalena, no dia 18 de novembro, quinta–feira, sob intensos aplausos. Entre outros romances, Lygia escreveu “As Meninas”, que todos deveriam ler.
“Israel tem em seus presídios mais de 6 mil civis palestinos, (incluindo crianças), a maioria deles sem acusação formal ou mesmo processo judicial as con sequências disso, para a Palestina e para o mundo, não valem um debate no Conselho de Direitos Humanos da ONU – Organização das Nações Unidas?”
Arlene Clemesha e Bernadette Siqueira Abrão in Tendências/Debates - Folha de SP- 4 de nov. 2010
“Assim eu quereria meu último poema – Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais. Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas. Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume. A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos. A paixão dos suicidas que se matam sem explicação” – MANOEL BANDEIRA – poeta –
“As pessoas têm de se respeitar” – EVA SCHLOSS, 81,austríaca, sobrevivente do Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau, em palestra, no dia 18 de novembro,na favela Paraizópolis, em SP para 120 manos e minas do CEU – Centro Escolar Unificado. Falou sobre a experiência de exclusão radical que viveu durante a segunda Guerra Mundial, sob o regime nazista.
“Uma vez exercido o voto, pressupostamente resultante de consciência bem formada, impõe-se a necessidade de seguir a atuação dos eleitos” – Dom Fernando A. Figueiredo, 70, bispo da Diocese de Santo Amaro – SP.
“Desconfio de quem diz não dar valor ao dinheiro; normalmente se trata de uma falsa santidade... Só quem abre mão da própria vida está acima do dinheiro, o resto é conversa mole...” – Luiz Felipe Pondé na crônica “Patético” – Folha Ilustrada, de 4 de novembro de 2010
“O embate entre o obscurantismo medieval e a sociedade tecnológica de agora não é privilégio do Brasil; o mundo inteiro enfrenta uma, guerra santa. Somos todos um bando de Hamlets na Babilônia – Fernanda Torres, atriz.
“A necessidade de mostrar ao mundo um semblante feliz é uma das grandes fontes de infelicidade”, Contardo Calligaris, na crônica “Felicidade nas Telas”, onde critica as trivialidades dos usuários do Facebook, publicada na Folha Ilustrada, de 23 de setembro de 2010.
...A Internet foi a primeira grande revolução da minha existência literária. Mas o livro eletrônico será a segunda ao introduzir a mais importante divisão intelectual da vida...” – João Pereira Coutinho, na crônica “As minhas traições”, na Folha Ilustrada, de 5 de outubro de 2010, onde analisa o impacto causado pela introdução, no mundo digital, do livro eletrônico, o E-Book.
“É INCRÍVEL, É FASCINANTE, É ASSUSTADOR, É REAL, NÃO É O FUTURO. É O PRESENTE ”. Marion Strecker, na crônica “Brasil nu e cru aos olhos do mundo”, na FI de 21 de outubro, de 2010, analisando o impacto causado pelo Google Street View, última novidade tecnológica virtual da Internet
SHOW DE PAUL MACARTNEY, EM São Paulo
Hey, Jude, don't make it bad,
Take a sad song and make it better.
Remember to let her into your heart,
Then you can start to make it better.
Hey, Jude, don't be afraid,
You were made to go out and get her.
The minute you let her under your skin,
Then you begin to make it better.
And anytime you feel the pain,
Hey, Jude, refrain,
Don't carry the world upon your shoulders.
For well you know that it's a fool
Who plays it cool
By making his world a little colder.
Da da da da da da da da da.
Hey, Jude, don't let me down,
You have found her, now go and get her.
Remember to let her into your heart,
Then you can start to make it better.
So let it out and let it in, hey Jude, begin,
You're waiting for someone to perform with.
And don't you know that it's just you,hey Jude you'll do,
The movement you need is on your shoulder.
Da da da da da da da da da.
Hey, Jude, don't make it bad,
Take a sad song and make it better.
Remember to let her under your skin,
Then you begin to make it better...
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
MARTHA, A SERRA, O MAR E O AMOR
A estação de Barra do Pirahy, no Estado do Rio, entroncamento da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil ficou para sempre na memória daquela então adolescente mineira de 17 anos, Martha, a caminho de São Paulo e pela primeira vez longe de casa em busca da felicidade e um lugar ao sol. Era junho de 1944, um sábado, seis horas da manhã. Tinha saído de Belo Horizonte no trem noturno, na sexta –feira, por volta das 23 horas. Na parada do trem para fazer baldeação, notou que um jovem,vindo da capital federal, olhou sorrindo para ela e embarcou no mesmo vagão, quatro fileiras à frente.
Martha ficou um pouco desconcertada quando ele passou, tirando o chapéu num aceno cordial, início de um galanteio que, naquela época,sempre dava início a um namoro. Martha, que praticamente tinha “fugido de casa", por não ver muitas perspectivas em Minas para uma normalista recém formada, jamais poderia imaginar que começava ali a ser traçado o seu destino. Estava com um pouco de medo, mas agora sua vida era um caminho sem volta.
A pretexto de pegar um sanduíche no carro restaurante, Isaurino, era esse o nome do rapaz, puxou conversa com a sonolenta Martha. A conversa foi se animando aos poucos e cada um acabou falando da vida, projetos e sonhos. “Então, amigos para sempre?” perguntou o jovem. “Sim”, disse ela, embora um pouco tímida, percebendo o jeito meio arrastado de falar do jovem.
Isaurino desceu em Pindamonhangaba. Tinha de voltar ao campo de concentração “à la brasileira”, montado pelo Estado Novo do governo getulista para abrigar a tripulação e os passageiros de origem alemã do “Windhurk”, navio procedente de Hamburgo e que acabou preso em Santos pelas autoridades, em 1942, assim que o Brasil declarou guerra ao regime nazi-fascista e ao Império japonês, ficando ao lado dos aliados finalmente.
O enorme barco deveria ter seguido viagem com destino final em Buenos. Mas o mundo estava em guerra contra o Eixo: Alemanha, Itália e Japão.
Isaurino, que trabalhava na cozinha do navio, tinha pedido permissão para ir ao Rio onde tinha uma senhora conhecida de sua mãe na Áustria, antes da guerra, que trabalhava na cozinha dos hotéis Glória e Copacabana Palace como chef e confeiteira. E já estava “fazendo a América” pelo seu conceito e esmero no preparo de pratos deliciosos. Já era famosa a ponto de ser requisitada também pelas famílias Guinle, Marinho e Mayring Veiga, entre outras, para preparar banquetes nababescos e inesquecíveis aos seus convidados brasileiros e do Exterior.
Frida,seu nome, tinha um porém, não suportava as maneiras grosseiras do pré – adolescente Jorginho Guinle, que já se preparava para ser o conhecido e badalado "Playboy”, que, durante uma visita da famosa “Gilda”, do cinema, aprontou horrores no Rio, em l959. Tentou corrigí –lo, mas...
Em uma semana o jovem Isaurino aprendeu muita coisa que iria servir para sua vida profissional. Com o final da guerra se aproximando qual seria o novo destino de milhões de pessoas que ficaram sem suas pátrias e tinham sentido no corpo e na alma o desalento cruel do conflito que também fez muitas vítimas fatais.
Ao seguir viagem, Martha ficou pensando um pouco no jovem. “Um pouco ousado” para o seu gosto. De sua parte, Isaurino, em Pinda, também pensava na jovem. Em Belo Horizonte, antes de embarcar, Martha tinha assistido ao filme de sucesso na época – “A Ponte Waterloo”, com Robert Taylor e Vivien Leigh e, romântica que era, chorou com o cruel destino da jovem bailarina clássica que morre ao atravessar a ponte, a procura do namorado, um militar, numa Londres sob intenso bombardeio dos aviões inimigos.
Martha tinha grande sensibilidade e se condoía com o sofrimento de todos. Era um dos traços de sua personalidade. Nas poucas aulas eventuais que tinha dado na perifeira de BH já tinha percebido o abandono em que viviam os moradores que, muitas vezes, não tinham nem o que comer em seus casebres.
Começava a se formar a sua consciência social que se aprimoraria ao longo da profissão de professora na capital paulista. Nem sempre em colégios da elite. Mas em escolas de bairros populares como Vila Carrão e na distante Itaquera, reduto de muitos migrantes nordestinos, os chamados “paus de arara”, porque vinham amontoados na carroceria de caminhões, viajando durante dias e dias, em busca também de um lugar ao sol em SP.
O destino outra vez. No Dia da Vitória, “V”, Martha foi com as outras irmãs ao Rio aguardar a chegada dos irmãos e assistir ao grande desfile dos Expedicionários que tinham ido lutar na Itália. A Avenida Rio Branco estava lotada, desde a praça Mauá até na Cinelândia. O Rio e o Brasil eram uma única festa. Embora muitos pracinhas não sobreviveram e muitas famílias ficaram enlutadas. Seus irmãos Valdir, Osmânio ( o único que voltou com neurose de guerra) José, Luís e Eurico estavam de volta. Era grande a euforia. E foi ali, na multidão que comemorava, que Martha viu de novo, quase um ano depois, o jovem Isaurino. Com a permissão das outras irmãs começou ali a namorar.
E foi num bar da Lapa, com os irmãos, entre muitas histórias dos campos de batalha e copos de cerveja, que a mão de Martha foi pedida pelo “ousado” jovem, na encruzilhada da vida, na circunstância do pós – guerra, em que todos estavam meio que perdidos pelo mundo afora... Os irmãos dela até que gostaram daquele rapazola loiro assim, logo de cara, que passaram a chamar de “alemão batata”, como cunhado o resto da vida. É que a mãe deles, dona Francisquinha já tinha morrido e o pai já estava de “rabo de saia”, com outras, mulherengo que era.. Assim era preciso que as moças da família precisavam logo se casar. Exemplo: a mais jovem, Eneida, acabou se casando com um “homem mais velho “ de família de Niterói e que tinha estudado num Colégio Salesiano, de rígida formação religiosa e moral. Foi morar numa cidadezinha paulista para sempre.
Acabada a festa todos voltaram para suas cidades de origem. Martha e Isaurino ficaram em Pinda, morando inicialmente numa pensão familiar. Aprenderam do amor, a sua magia, respeito e sinceridade. Nunca mentiram um para o outro. Martha dizia, muitos anos depois, que era um “eterno namoro”. Como professora pediu transferência para a cidade e acabou lecionando também em Campos do Jordão, viajando alguns dias da semana no bondinho que subia e descia a serra. O casamento, na verdade, foi formalizado, com as duas famílias, só dez anos depois. Os pais de Isaurino, que tinham sobrevivido à guerra, vieram para o Brasil também, assim como outros parentes.
Martha e Isaurino tiveram quatro filhos: Bil, Tito, Doca e Ilídia Entre aulas e preparo de pratos o casal acabou abrindo o mais famoso restaurante da “Suiça Brasileira” até hoje. Doces e salgados que fizeram a fama do ex- cozinheiro do “Windhurk”.
A torta de maçã alemã e os doces e bolos suiços, bem como o bolo e pavê de morango e a torta de framboesa negra e mertilo fizeram ainda mais a fama do restaurante e da pousada rodeada de ciprestes e pinheiros. Chega-se até lá por uma alameda cercada de hortênsias.
A framboesa negra e o mertilo passaram a ser cultivados em três pequenos sítios da família nas encostas de Santo Antonio do Pinhal, Sapucaí Mirim e São Bento do Sapucaí, com a ajuda dos filhos e netos. Isaurino e Martha chegaram a ceder a pousada para a atriz Cacilda Becker e o elenco e técnicos durante as filmagens de “Floradas na Serra”, nos an os 1950. Pouco antes de morrer a estrela da Vera Cruz e diva do teatro paulistano ainda encomendava a famosa e deliciosa torta . No Dia dos Namorados o restaurante e a pousada ficam cheios.Com a fama crescente, muita gente famosa e nem tanto passaram pelo local.
Alguns anos atrás, Isaurino discretamente chamou Martha pelo carinhoso apelido “ô minha Nêga, acho que está chegando minha hora...” Morreu calmamente, dias depois, sentado na cadeira de balanço, ouvindo, como tantas vezes, quando sentia saudades de sua terra natal, “Lili Marlene”, na voz de Marlene Dietrich , o “Anjo Azul”, num velho disco.
Martha, vivendo sempre na Serra, mudou-se para Monte Verde, ficando isolada durante dois anos após a morte do marido. Um dia, chamou a filha Ingrid e o filho Germânio e disse “quero ver o mar, o mar...” Quase como uma obsessão. Foi dolorosa a descida até Caraguatatuba.
Perdida em pensamentos desconexos, chamava por Isaurino, pelos pais e por fantasmas que sua mente foi fabricando. Os filhos só falavam, “calma, mamãe, calma...”,chorando muito. Afinal Martha foi amada por todos eles e por muita gente que a conheceu ao longo da vida, por sua extrema delicadeza e trato com as pessoas.
Numa praia deserta, na Ponta das Canas,em Ilhabela, rodeada pelos filhos, netos e bisnetos e um grupo de frequentadores assíduos do restaurante e da pousada, Martha, com o olhar perdido nas ondas do Atlântico, numa tarde fria de junho, foi ficando em silêncio, em silêncio, em silêncio...
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Sobre a Morte e o Morrer (Rubens Alves)
"O tempo passa,
Não nos diz nada.
Envelhecemos.
Saibamos, quase
Maliciosos,
Sentir-nos ir...
Colhamos flores.
Molhemos leves
As nossas mãos
Nos rios calmos,
Para aprendermos
Calma também".
(Ricardo Reis)
A Hora Intima
Quem pagará o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores ?
Quem, dentre amigos, tão maigo
Para estar no caixão comigo?
Quem, em meio ao funeral
Dirá de mim: Nunca fez mal
Quem bêbado, corará em voz alta
De não me ter trazido nada?
Quem virá despetalar pétalas
No meu túmulo de poeta?
Quem jogará timidamente
Na terra um grão de semente?
Quem elevará o olhar covarde
Até a estrela da tarde?
Quem me dirá palavras mágicas
Capaz de empalidecer o mármore?
Quem oculta em véus escuros
Se crucificará nos muros?
Quem macerada de desgosto
Sorrirá: Rei morto, rei posto...
Quantas, debruçadas sobre o baratro
Sentirão as dores do parto?
Qual a que branca de receio
Tocará o botão do seio?
Quem, louca, se jogará de braços
A soluçar tontos soluços
Que há de despertar receios?
Quantos, os maxilares contraídos
O sangue a pulsar nas cicatrizes
Dirão: Foi um doido amigo...
Quem, criança, olhando a terra
Ao ver movimentar-se um verme
Observará um ar de critério?
Quem, em circusntâncias oficial
Há de propor meu pedestal?
quais os que, vindos da montanha
Terão circunspecção tamanha
Que eu hei de rir branco de cal?
Qual a que, o rosto sulcado de vento
Lançara um punhado de sal
Na minha cova de cimento?
Quem cantará canções de amigo
No dia do meu funeral?
Qual a que não estará presente
Por motivo circunstancial?
Quem cravará no seio duro
Uma lâmina enferrujada?
Quem, em seu verbo inconsútil
Há de orar: — Deus o tenha em sua guarda.
Qual o amigo que a sós consigo
Pensará: — Não há de ser nada...
Quem será a estranha figura
A um tronco de árvore encostada
Com um olhar frio e um ar de dúvida?
Quem se abraçará comigo
Que terá de ser arrancada?
Quem vai pagar o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?
Rio, 1950
Texto extraído do livro "Vinicius de Moraes - Poesia Completa e Prosa", Editora Nova Aguilar - Rio, 1998, pág. 455.
Conheça a vida e a obra do autor em "Biografias".
Obs: Na oportunidade da realização do II Festival da Cultura Negra " Profº José Símplicio", que está sendo promovido pela Fundação Cultural de Jacarehy José Maria de Abreu, até o dia 28 de Novembro de 2010 no MAV e sala Mário Lago, postamos aqui uma singela homenagem ao saudoso mestre.
"A Hora Íntima", de Vinicius de Moraes e "E Agora José?" e "A morte do Leiteiro" de Carlos Drummond de Andrade, eram alguns de seus poemas preferidos.
sábado, 6 de novembro de 2010
A Paz.. é logo ali...
(que dá um suco divino ) e cabeludinha (?). Será que o nome é esse mesmo?. Uma funcionária afirmou que sim e estava colhendo algumas bem maduras (amarelinhas) para fazer um suco que ela garantiu ser muito delicioso, é esperar pra ver!
é uma fruta exótica sem muitas referências... trouxe também mudas de hortelã e rabinho de raposa que é ornamental. Existem monumentais bambus rei e uma trilha que pode se dizer um caminho relaxante por meio da Mata Atlântica. Um jardim com bancos que garante um repouso ideal para uma boa leitura ou simplesmente desfrutar dos cantos dos pássaros e refletir a vida. Um casarão da década de 1920 esta sendo restaurado para manter a sua sobriedade arquitetonica. O local é bem cuidado por funcionários da Secretaria do Meio Ambiente e recebe a todos com muita cortesia e explicações. Semanalmente há palestras e cursos destinados á preservação da natureza.
O local proporciona um reencontro com a paz tão necessária no mundo atual e com a coscientização ecológica mais do que necessária.
Viveiro Municipal de Jacareí
Visitas monitoradas, direcionadas a grupos de estudantes e à terceira idade, devem ser agendadas pelo telefone (12) 3953-3917.
Endereço:
Rua Theófilo Teodoro Rezende, n.º 39 – Campo Grande – Jacareí – São Paulo – SP
Entrada gratuita
Bolo de Fubá de Liquidificador
FICA DE-LI-CIO-SO!
Das antigas
A revista já está completando 1 ano de muita batalha pela comunicação de qualidade.
Sonhar ( Helenita Scherma )
Trecho do prefácio do livro:" CANÇÃO DOS SONHO ACABADO & OUTROS POEMAS".
A Emblemática série Clandestinos da TV Globo resgata os sonhos de uma juventude em busca de um lugar ao sol no mundo artístico.
A Rede Globo estreou na última quinta-feira, dia 4 de novembro, logo após “A Grande Família” a série Clandestinos – o sonho começou. A produção de sete capítulos conta as histórias de jovens de diferentes lugares do Brasil que sonham com o sucesso. Inspirado nos relatos de vida de 17 atores selecionados em um teste de elenco, João Falcão escreveu esta trama que aproxima realidade e ficção. Fábio (Fábio Enriquez) é autor e diretor de teatro e resolve fazer uma audição para sua próxima peça. Para isso, conta com a ajuda de sua fiel assistente e produtora, Elisa (Elisa Pinheiro). O casal enfrenta dificuldades de montagens, orçamento, dilemas de diretor/autor e produtores de uma maneira divertida e poética. Esta é uma história “sobre esses moços e moças que sonham nessa cidade esse sonho de ser artista”. A fala de um dos personagens da série apresenta com propriedade o tema do programa que vai além da arte e fala a todos da jornada seguida pela juventude em busca de seus objetivos.
A história surgiu quando João Falcão escutava relatos de jovens que buscavam em um teste para o teatro o ponto de partida para o sucesso. A peça virou sucesso de público e crítica, ganhou os prêmios APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro) de melhor autor, Qualidade Brasil de melhor direção em comédia e agora ganha adaptação para a TV . Depois de contar suas histórias em uma trajetória de sucesso no teatro, o mesmo grupo de atores foi escolhido por João Falcão para a adaptação em TV. “Eu queria pessoas que estivessem representando algo que eles estariam vivendo de verdade”, explica João. Embora estreantes em televisão, a diretora Flávia Lacerda garante que não houve dificuldades na hora das gravações: “Eles são excelentes atores, o que torna mais fácil o ajuste para a mídia televisiva. Até porque eles já tinham essa longa vivência dos personagens”, garante.
À procura de uma história
Fábio (Fábio Enriquez) é autor e diretor de teatro e resolve fazer um teste de elenco para sua próxima peça. Sem história, orçamento ou um planejamento, ele publica uma convocação para audições na internet. O chamado acaba surtindo um efeito melhor do que o esperado: um mar de gente formando uma fila na porta do teatro na hora do teste. Jovem muito sonhador e idealista, Fábio (Fábio Enriquez) conta com sua fiel assistente e produtora, Elisa (Elisa Pinheiro), para ajudá-lo a tomar decisões e organizar suas ideias. Como os dois já viveram um romance no passado, suspeita-se que a motivação do convite seja mais do que profissional.
Os candidatos ao teste são verdadeiros personagens de mundos muito diferentes, mas com algumas semelhanças: jovens que acreditam no seu talento e alimentam o mesmo sonho de viver da sua arte.
A história destes moços e moças
Já na fila formada à porta do teatro, é possível conhecer um pouco mais sobre a história de cada um dos candidatos. Eduardo (Eduardo Landim), por exemplo, tem 17 anos e foi criado por sua avó, que é a sua maior preciosidade e está muito doente. Persistente, busca uma saída para os papéis estigmatizados para negros para os quais ele sempre foi escolhido, desde a época de teatrinho da escola.
A mineira Adelaide (Adelaide de Castro) vem de uma família humilde. Saiu de Três Rios com o dinheiro contado apenas para fazer o teste no Rio de Janeiro. Dotada de um olhar romântico em relação à cidade, tem a certeza que vai esbarrar com Fábio Assunção assim que pisar lá. Já as gêmeas Giselle (Giselle Batista) e Michelle (Michelle Batista) enfrentam um dilema de querer conquistar carreiras independentes e deixarem assim de ser “a mesma pessoa”. Conhecidas pelo papel que interpretaram em ‘Malhação’ como irmãs gêmeas, já tentaram ser diferentes, mas quanto mais tentam se distanciar, mais sucesso fazem juntas.
Ao longo dos episódios, serão mostradas outras realidades. Como a de Junior (Junior Vieira), jovem ator negro, filho de diplomata. Viveu muito pouco no Brasil, mas deseja interpretar um verdadeiro bandido em cena e vai convencer Fábio (Fábio Enriquez) de seu talento de uma forma bem convincente. Já a nordestina não assumida Chandelly (Chandelly Braz) vem para o Rio sonhando com o sucesso e acredita que só aprendendo o sotaque carioca vai conseguir seu espaço como atriz. Ela trabalha em uma lanchonete onde conhece Edmilson (Bruno Heitor). Ele se apaixona pela moça de Olinda e vai fazer de tudo para realizar seu desejo, até ensiná-la a falar “carioquês”.
Fábio (Fábio Enriquez) consegue reunir também pessoas com os mais diversos talentos, como é o caso de Marcela (Marcela Coelho). Do interior de Minas, ela saiu de casa para estudar teatro e seu forte está nos musicais. O mesmo vale para o baiano “branquinho”, Emiliano (Emiliano D´Ávila), que é fã de Daniela Mercury e sabe dançar axé, jogar capoeira e mexer com as mulheres como ninguém.
Encontros inesperados
A cada teste, Fabio fica mais ansioso por novos relatos de vida e Elisa (Elisa Pinheiro) mais aliviada pela previsão de fim das audições. Para surpresa do diretor, alguns personagens de seu passado responderão à convocação de elenco. Um deles é Hugo (Hugo Leão), amigo com quem contracenou no teatro na época de escola, em Brasília, e de quem acababou se afastando por motivos que ele prefere não revelar.
Fábio (Fábio Enriquez) também irá rever uma ex-namorada da época de faculdade, Nanda (Nanda Costa). A ideia de fazer uma peça sobre atores iniciantes foi compartilhada com ela, no passado, mas ficou esquecida a partir do momento em que ela passou em um teste para televisão que acabou separando o casal. A presença da atriz irá abalar o diretor e instigar o ciúme de Elisa (Elisa Pinheiro).
Outra surpresa será o reaparecimento de Luana (Luana Martau), que foi apresentadora mirim de um programa de TV quando tinha 11 anos e dividia o palco com alguns meninos, um deles era o Fábio (Fábio Enriquez). Desequilibrada, ela culpa-o pelo declínio de sua carreira que começou no dia em que ele recusou o convite para ser seu par, ao vivo, no programa infantil. Convicta que este é o motivo de seu fracasso, ela retorna para cobrar dele um papel que vai trazê-la de volta aos holofotes, e usará de métodos nada convencionais para convencê-lo a cumprir seu desejo.
Os últimos serão os primeiros
Outro teste nada convencional será o de Alejandro (Alejandro Claveaux), que se incomoda por, após interpretar um modelo em uma novela, ter ficado estereotipado pelo público. Ele é capaz de fingir ser gago e até mesmo forjar uma amnésia para provar a Fábio (Fábio Enriquez) e Elisa (Elisa Pinheiro) que não é ator de um papel só. Já Renata (Renata Guida) é uma paulistana que veio para o Rio escalada para protagonizar uma novela, mas não chegou a gravar uma cena sequer. Sua vontade é voltar para o teatro alternativo, mas seu pai, um político milionário, utilizará suas facilidades para mudar os planos da filha.
Ao contrário de Renata, Deborah (Deborah Wood) tem o apoio de seu pai para tudo. Ele é o maior incentivador da filha para seguir a carreira de atriz. Contudo, Deborah está cansada de fazer papel de gordinha hilária e sonha em interpretar a mocinha. Em paralelo, um ator em crise comparece ao teste apesar de todas as dificuldades que sua vida impôs à sua profissão. Esse é Pedro (Pedro Gracindo), que, diante da surpresa de uma gravidez não planejada de sua esposa, acabou deixando sua profissão de lado para tornar-se pai e “dona-de-casa” por tempo integral. Com o tempo, ele passa a achar a profissão de médica seguida por sua mulher muito mais importante que a sua, mas ela não vai deixar que ele abandone seus sonhos com tanta facilidade.
O Cenário
A cenógrafa Márcia Inoue conta que teve uma grande liberdade para experimentar um olhar diferente, não convencional, neste programa. Como a série tem um aspecto realista muito forte, eles recriaram o palco do Teatro Glória, o mesmo usado no teste de elenco para a peça ‘Clandestinos’, em 2008. Partindo daí, os recursos foram ficando mais elaborados, como o uso de maquetes e escalas, utilizando referências do filme ‘A Máquina’, e cenário virtual em 3-D. Para contar a história de cada personagem, foi utilizada uma mistura de trabalho manual e recursos tecnológicos, com a intenção de criar um clima romântico que traduzisse o ponto de vista do diretor da peça, que ouvia e imaginava a saga de cada um dos personagens que se revelava durante o teste. A construção de cada perfil foi feita de maneira diferenciada, como por exemplo o teatro do personagem Pedro, que era de papel e o de Renata, que era uma ilustração.
A Caracterização e o Figurino
A caracterizadora Mary Help conta que trabalhou em parceria com o figurinista Antonio Medeiros para criar um trabalho harmonioso. As referências ele conta que vieram de estudos da moda usada na rua das grandes cidades do mundo todo, como Amsterdam, Londres, Paris e até Xangai. “As ansiedades e pulsações dos jovens daqui não são diferentes dos de outras partes do mundo. Eles estão muito interligados”, explica Antonio. Já Mary comenta os desafios de caracterizar alguns dos atores em diferentes idades de seu personagem, como é o caso de Fábio que, em flashbacks, revive seus 13 anos, a adolescência em Brasília e depois, já mais velho, na faculdade estudando teatro.
“Nesses momentos, contamos muito com a parceria dos atores e neste caso foi ótimo, pois o Fábio concordou em usar uma peruca, raspar a cabeça e até fazer um corte estilo Menudos”, lembra a caracterizadora. João Falcão forneceu muitas informações sobre os personagens para a dupla, o que ajudou na composição de cada um deles: “Ele gostava e opinava, às vezes mudava o texto em função da caracterização. O que é muito gratificante para nós”, conta Mary.
A Trilha Sonora
Música é personagem importante em ‘Clandestinos – O Sonho Começou’. Começa com um Belchior de 1976 revisitado pela clandestina banda Vermelho 27 em arranjo concebido por Robertinho do Recife. “Apesar de muito moço, me sinto são e salvo e forte”, diz um verso de Sujeito de Sorte. “Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”, diz um outro.
A série tem ainda mais nove canções produzidas especialmente por Ricco Viana, parceiro de João Falcão no teatro (“O pequeno Príncipe”, “Mamãe Não Pode Saber”, “Clandestinos – a peça”), e de João Falcão e Flávia Lacerda na Televisão (‘Sitcom.br’, ‘Dó Re Mi Fábrica’, ‘Laços’).
Tem Laila Garin, clandestina baiana, cantando “Se Eu Quiser Falar Com Deus”, de Gilbert Gil, e, vestindo apenas a guitarra de Carlos Martau, clandestino gaúcho de longa data, ela canta “Banho de Piscina”, de João Falcão. Tem Luana Martau, filha de Carlos, a Mirinda da série, cantando mais duas de João Falcão: “Fadinha da Paz”, antigo hit do seu personagem, e “A Outra Metade do Blues”, tema de Fábio e Elisa. Tem “Glass Morning”, de Coy Klark, clandestino carioca em Los Angeles sobre o piano de Toninho Van Han, do Rio Grande do Sul. Tem Bruno Heitor, do elenco, fazendo cello de contra-baixo em “You Don’t Know-me”, de Eddy Arnold e Clint Walker, Clarice Falcão cantando “I’m Nobody” dela mesma e “Ar de Chique” pelas clandestinas Luana Martau, Laila Garin e Elisa Pinheiro. Além de “Quem Quer Comprar Meu Samba”, de Ricco e João pelos Clandestinos do elenco.
No Primeiro episódio a música "Se eu quiser falar com Deus" de Pedro Mariano interpretada pela atriz Laila Garin, clandestina baiana, nos remete também a uma uma interpretação de Elis Regina em 1.979 que pela sua enorme sensibilidade, vale a pena conferir no Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=tWuQc7W0O-A
Se Eu Quiser Falar Com Deus
Pedro Mariano
Composição: Gilberto Gil
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Passeio "ecologico" ( Por Jessé Souza)
"AGORA É A HORA!"...
Como viver respeitando o meio Ambiente?
Após longos anos sendo consumido pelo produtos baratos e descartáveis, agir com prudência nos influencia em vários parametros de nossas vidas.
Lembro-me da infância, do cheiro de terra molhada, do úmido do barro amassado pelos pés, lembro das ervas, dos chás que a vovó fazia, para curar as dores...
O mundo era simples e farto, a roça nos ensinava o sentido da vida:"o de viver em comunhão com a natureza", a longos 15 anos que eu não tinha essa experiência... o de sentir o gosto da vida!
Quem não sente vontade ou saudade da terra, da natureza, da Vida????
Pois é, revivi no "Viveiro Municipal", num rápido passeio, mas cheios de lembranças e histórias, onde a paz encheu não só a minha alma mas também os olhos. E você percebe que a vida vale a pena!
Salta no peito um desejo incontrolável de viver, de voltar "as raízes", largar tudo para trás e ser o defensor da natureza...
E é engraçado como um passeio como este pode mudar muita coisa em nossa concepção de vida?
Será uma mensagem Divina?
Agora é a hora, comece por você, faça a diferença?
Assim vou nessa trilha.
domingo, 31 de outubro de 2010
“Hoje num tá com jeito que o mundo vai acabar?” A pergunta de Margarida soou esquisito naquela manhã sem sol, assim do nada, com os olhos arregalados, sentada ao lado de Gilberto que ficou meio apalermado. Crianças, aguardavam naquele mês de fevereiro, o reinício das aulas na pequena escola do Sindicato Operário, sentados na guia da calçada daquela rua de paralelepípedos recém nivelada pelos calceteiros da Prefeitura. Entretanto não havia nada de anormal no ar e distraído ele nem teve tempo de responder, meio que perdido em seus pensamentos, mexendo com a ponta dos dedos num pequeno monte de areia.
O fim do mundo era algo que nem poderia passar pela mente ou imaginação de duas crianças. Principalmente quando a chegada do carnaval estava bem próxima e os blocos e cordões encheriam as ruas com marchinhas e fantasias e muita alegria. As aulas continuariam a ser dadas pela dona Yolanda, negra, muito carinhosa com os pequenos alunos e dedicada ao magistério como num sacerdócio. O sol voltou a brilhar aos poucos desfazendo a névoa e o dia continuou. Gilberto só voltou a pensar na estranha pergunta de Margarida de noite, quando a mãe o obrigou a ir para a cama, apagando de sopetão a luz do pequeno quarto.
Ele achava Margarida meio doida, mas era uma de suas melhores amigas naquela infância quase que perdida na pobreza da cidade onde todos eram solidários uns com os outros. Os pais trabalhavam no comércio ou nas pequenas fábricas de tecidos. Só uma grande fábrica de fogos de artifício se destacava. Havia a zona rural, mas se não fosse o esforço coletivo da pequena colônia japonesa, seria totalmente improdutiva. Alguns fazendeiros criavam vacas e delas ordenhavam o leite que ia para a única cooperativa do município. Na escuridão do quarto pensava como “que o mundo poderia acabar se tudo estava em ordem.” Começou a procurar indícios do fim do mundo em sua imaginação. Lembrou-se do filme “Guerra dos Mundos”, exibido recentemente no único cinema da cidade e de como ficou assustado com aquela terrível invasão marciana, matando tanta gente e destruindo cidades inteiras.
Como o mundo poderia acabar se todas as manhãs a sua mãe, antes de sair para o trabalho, deixava o café com leite quentinho, o pão com manteiga sobre a mesa e o acordava, com extrema ternura para não perder a hora da escola. “Levanta, filho, está na hora, deixe de preguiça”. O pai levantava mais cedo e logo saía. Se um dia a mãe morresse aí sim, seria o fim do mundo, pensou. Gilberto amava a mãe até mais que o pai que ele achava meio rude no trato com ele, com a mãe e sua única irmã, a Valéria. Era um enigma para ele, ver o pai sempre muito sério ou era apenas impressão? A mãe, ao contrário, estava sempre alegre, cantando enquanto arrumava a casa, deixando-a bem limpinha, apesar se ser uma casa simples, como todas as outras das redondezas.
Como o mundo poderia acabar se quando chegava da escola a comida estava prontinha e quentinha, mesmo que fosse apenas arroz com feijão e um pouco de carne com legumes? E de noite, a mãe levava um copo de leite morno e algumas bolachas prá ele na cama! Margarida não tinha razão, era meio doida mesmo. Mas tinha pena dela, pois morava numa pequena vila com a mãe. O pai tinha morrido numa explosão na fábrica de fogos. O acidente deixou mais gente queimada e mutilada.Para muitos foi uma espécie de fim do mundo.Parte da fábrica e metade de um quarteirão foi para os ares numa grande bola de fogo.
Dona Helena, mãe de Gilberto, é quem levava algum alimento para sua mãe, nem que fosse um pouco de açúcar, um pão. Na convivência com Margarida, ele tinha reparado que ela tinha os olhos um pouco triste. Com certeza por causa da morte trágica do pai. Era como se ela vivesse o fim do mundo todos os dias e sua alegria era diferente das outras meninas e meninos de sua idade. Por isso, talvez, Gilberto tivesse um especial carinho por ela.
Antes de pegar no sono Gilberto pensou – Ora o fim do mundo não existe É só na imaginação da gente! Mas, no meio da noite, veio o pesadelo. Como um sonâmbulo levantou-se e viu-se na casa sozinho, às escuras. Mãe? Pai? Valéria? Cadê vocês? Nada. Chegou até o corredor que parecia longo demais. A cozinha, apenas o gato em cima de um armário com enormes olhos em brasa uma secura na garganta, um suor no rosto, um calafrio na espinha. Um vulto foi crescendo a sua frente. DEUS OU O DIABO? Assustado, correu. Mas parecia que tinha chumbo nas pernas. Não conseguia chegar até a porta da rua. Trancada, ela parecia enorme e intransponível. Voltou pelo corredor escuro e ouviu um gemido da mãe –“Ai, Ai, está me machucando” Gilberto gritava “Pai, pai, não faça isso, não, não...” Em seu delírio, ouvia a voz do vulto em seu ouvido- “Você aí brincando, alegre é seu pai lá todo queimado, a CULPA foi sua,viu, quem mandou abrir a torneira do bujão de gás, por isso a casa pegou fogo!”
Sacudido pela mãe, Gilberto foi voltando a si. “Que foi filho? Estou aqui, calma, calma, estava sonhando”. Com lágrimas nos olhos, agarrou-se à mãe. Depois de tomar um pouco de água com açúcar providenciado pela mãe, foi se acalmando. Trocou o pijama pois tinha urinado nele. Antes de pegar no sono de novo, Gilberto percebeu que aquele escuro, aquele breu impenetrável a qualquer claridade o perseguiria para o resto da vida como um fantasma sofredor. O que para ele era uma luta feroz na escuridão era apenas um ato de amor entre seus pais.
Mas só com muita dor e aflição e muitos e muitos anos mais tarde, com a ajuda de um terapeuta psicanalista ao reconstituir toda aquela cena, finalmente, pode distinguir claramente o que se passava em sua mente, naquela longa noite, em que parecia que o mundo estava se acabando. Nas sessões o terapeuta, espiritualista conhecido na cidade, tocou fundo na ferida. “Por favor, não me machuque, meu pai machucava minha mãe”, um grito forte, como se uma faca de corte afiado tivesse dilacerado a sua alma. Ou um ferro em brasa, numa tortura terrível. Uma posse violenta.
Um grito, seguido de um grande alívio e o abraço amigo do terapeuta. “Calma! Calma! Meu filho. Está tudo bem agora.” E livre do pesadelo, soluçando, Gilberto sentiu-se curado daquilo que sempre o limitava inexplicavelmente no seu desejo de amar plenamente. Sentiu-se como que várias portas e janelas estivessem abrindo à sua frente para um horizonte real e mágico. Pode viver sadiamente e com enorme alegria o reencontro definitivo consigo mesmo. A sua personalidade não estava mais dividida. Distinguia o BEM e o MAL.
Um dia, por acaso, encontrou Margarida dentro de um ônibus urbano. “Olá, lembra-se de mim?” Jovem ainda. Apenas com algumas rugas verdadeiras a delinear um belo rosto de mulher experiente na vida. Disse que tinha ficado viúva e...
LITERATURA E HUMANIDADE
GABRIEL GARCIA MARQUES, (Cem Anos de Solidão) RAUL ROA BASTOS (Hijo de Hombre), MÁRIO VARGAS LHOSA (A Guerra do fim do mundo), HILDA HILST, GUIMARÃES ROSA,CORTÁZAR,GRACILIANO RAMOS (Vidas Secas) BORGES,NÉLIDA PINÕN ( A República dos Sonhos),CLARICE LISPECTOR,(Os desastres de Sofia), MÁRIO QUINTANA,ADÉLIA PRADO e tantos e tantos outros a nos ensinar lições de HUMANIDADE.
PASSADO NÃO DÁ FUTURO
Não fique remoendo as coisas do passado. Ficar preso ao passado não dá futuro. Não se deixe prender por mágoas e ressentimentos. Não se atormente pelo que passou, mesmo que reconheça seu erro. Levante-se e siga em frente, o mais rapidamente que puder. Faça as pazes com seus adversários, envie pensamentos de simpatia e amor e todas as mágoas se afastarão e você viverá feliz e risonho.
O MISTÉRIO DA RUA DO MEIO (VIDAS AMARGAS)
Nunca iam ao cinema. Não sei como podiam levar a vida daquele jeito, trancadas dentro de casa. Quando muito saíam na janela para ver o movimento dos poucos transeuntes na rua onde moravam. A Rua do Meio. Solteironas, sentiam um pouco de inveja dos jovens namorados Odalisca e Odonty que não perdiam uma sessão sequer do Cine Teatro Bijou. Ficavam até um pouco enciumadas vendo aquele belo par enlaçado, brincalhão, passando pela janela, dando “tchauzinho” e jogando beijinhos prá elas. Viravam o nariz e até ameaçavam fechar a janela de raiva.
Os pais já tinham falecido. Ficaram sós naquela casa enorme cheia de lembranças. Os dois irmãos, formados em Engenharia no Mackenzie, turma de 1936, já estavam bem casados e morando em São Paulo.Vinham pouco à cidade. Elas, por sua vez, tinham horror da agitação da capital onde foram poucas vezes. E também não gostavam muito do jeito “moderno” das duas cunhadas.
Mas, ai que vontade de ir ao cinema! Logo agora que estava passando aquela fita famosa “E o vento Levou...”, com Clark Gable e a esplendorosa Vivien Leigh. Ficariam em cartaz vários dias. A vontade, contudo, foi passando, passando e só saíam para irem às missas e se confessarem, com freqüência, pois a igreja era ali pertinho.
Se havia um mistério naquela vidinha que Imaculada e Doroti levavam estava trancado a sete chaves. Mas sussurros existiam. E gritos sufocados. Histórias envolvendo o sobrinho de um ex-prefeito da cidade e um caminhoneiro do Sul. Naturalmente segredos que a família tentava esconder. Era o que falavam a boca pequena na pequena cidade que preservava sua mentalidade obtusa, sua enorme ignorância que cercava de preconceito tudo e a todos.
Imaculada amou um adolescente ardentemente e dos encontros fortuitos nasceu um menino que foi cruelmente renegado pelo avô. Numa madrugada fria pegou o recém nascido e às escondidas pediu e pagou uma mulher surgida das brenhas da periferia para levar o rebento e deixá-lo num vagão do trem que seguia para o Rio de Janeiro. Imaculada nunca mais viu seu filhinho. A família encobriu o resto. E ela foi ficando amargurada vendo a vida passar pela janela. No dia em que morreu, 20 anos mais tarde, estava passando no cinema local o filme “Suplício de Uma Saudade”, com William Holden e Jennifer Jones. Um “mar de lágrimas”, cuja história envolvia uma eurasiana e um jornalista americano que acabou morto na guerra da Coréia, em 1953.
O que não ficaram sabendo é que aquele bebê abandonado foi achado na Estação Central Pedro II e entregue na “Roda Dos Enjeitados” do Convento das Carmelitas, na rua do Lavradio. Depois foi adotado pela mãe de uma famosa atriz do Rio que protagonizou nos anos 60 e 70 várias novelas na Rede Globo. O menino cresceu forte e sadio entre familiares e atores da “Venus Platinada” (TV Globo) e tornou-se um de seus mais conhecidos e competentes diretores. Nunca conheceu sua história. Mas viveu muito feliz.
Já Doroti tinha sido seduzida e abandonada por um caminhoneiro de Santa Fé do Sul com promessa de casamento e tudo mais. Nunca mais apareceu. Apaixonada Doroti escondeu tudo a vida inteira. Chorava escondida no quarto o seu grande amor, amassando no peito um pequeno retrato que ele deixara como recordação de eterno amor. Gregório era seu nome. Com certeza foi convocado quando o Brasil entrou na 2ª. Guerra e morreu defendo a Pátria em Monte Castelo na Itália.Uma das tias percebeu algo de errado. “Essa menina está ficando meio doida”. Mas ficou por isso mesmo.
Por anos a fio, por volta das seis horas da tarde, quando a Rádio local anunciava “A Hora da Ave Maria”, com voz melosa e arrastada, Doroti se arrumava se perfumava e ia para a janela. “Quem sabe Gregório aparece hoje...”, pensava. Mas isto nunca aconteceu. História que não teve um final feliz. Ficou sozinha na casa. Se recebia algum parente ou amigo da família o fazia apenas por uma pequena fresta da porta.
De madrugada, no quarto ouvia Sonatas e dançava pela casa toda a meia luz. Por causa da música e dos ruídos noturnos, os moradores diziam que a casa tinha ficado mal assombrada. Doroti, que costumava ver filmes antigos pela TV gostava muito do filme “Vidas Amargas” com o rebelde James Dean. Foi encontrada morta pelos vizinhos 30 anos mais tarde. Do lado da poltrona, caído, foi encontrado um copo com restos de vinho.
Outras Ideias - Dulce Critelli: Fim do mundo
Fim do Mundo segundo, Dulce Critelli...
"...Quando penso no fim do mundo, lembro-me mesmo é de um mundo que a memória me diz estar perdido para sempre. E, então, sinto saudade desse tempo que pude conhecer e que não foi nenhum furacão que varreu..."
Trecho da Folha de S. Paulo(caderno folha Equilíbrio)
EDSON ARANTES DO NASCIMENTO – PELÉ – 70 ANOS- PARABÉNS
COMEÇA A ERA DILMA
Eleita 1° Mulher Presidente do país.